CEMITÉRIOS DE PARIS: passeios pelo Père Lachaise e Montparnasse
Parece mórbido, mas visitar os cemitérios de Paris é um passeio bastante turístico e pode ser bem interessante. Além de bonitos, com áreas para andar e jardinagem, muitas personagens célebres fazem deles sua última morada: escritores, filósofos, cantores, artistas e políticos.
Os cemitérios Père Lachaise e Montparnasse são os dois maiores de Paris, nessa ordem.
O Cimetière du Père Lachaise (Cemitério de Père Lachaise), além de maior e mais antigo, é o mais visitado e conhecido de Paris, quiça do mundo. Ele começou a funcionar em 1804 e tem seu nome como uma homenagem ao confessor de Luís XIV. Lá estão os ricos e famosos falecidos entre esculturas e jardins. Os mais celebres dos mais de 800 mil enterrados no Père Lachaise são: o casal Abelardo e Eloísa, o compositor Chopin, o dramaturgo Molière, a cantora Edith Piaf, os escritores Marcel Proust, Oscar Wilde, Balzac, os pintores Pissarro e Modigliani, o cantor Jim Morrison, o fundador do espiritismo Allan Kardec, entre outros.
Na ordem, os túmulos abaixo são de Allan Kardec, Jim Morrison, Chopin e Proust:
Na entrada do cemitério, pegamos um mapa por € 2,00. Tentamos nos guiar por ele, mas acabamos nos perdendo devido ao tamanho e à não linearidade das alas, diferente do Cemitério de Montparnasse. Há cinco entradas. Escolhemos entrar pelo Boulevard Ménilmontant porque foi nessa estação que descemos. Para mais informações sobre o funcionamento, clique aqui.
O Cimetière du Montparnasse (Cemitério de Montparnasse) começou a funcionar em 1824. Além de arborizado, as alas do cemitério possuem algumas obras de arte. Um mapa localizado na entrada auxilia os visitante a encontrarem os túmulos das pessoas mais conhecidas que ali foram enterradas. É muito fácil andar por ali, pois o cemitério está dividido em alas e fileiras. Além do mais, os túmulos mais celebres são cheios de flores e outros objetos, sinalizando os mais famosos, que não são poucos. Entre as personalidades francesas mais renomados, estão: Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre (o casal divide a mesma tumba), o cantor Serge Gainsbourg, o fundador da sociologia Émile Durkheim, os escritores Samuel Beckett, Guy de Maupassant, Marguerite Duras, Charles Baudelaire, entre outros.

Túmulo de Marguerite Duras. As pessoas deixam canetas por acreditarem que trazem inspiração para a escrita.
O cemitério fica aberto das 08h00 ou 09h00 às 17h30 ou 18h00, dependendo da estação. Para maiores informações sobre o funcionamento do cemitério, clique aqui.
Visitamos o cemitério duas vezes. A primeira, fui motivada pela visita ao túmulo de Simone de Beauvoir, de quem sou leitora e grande admiradora. Era inverno e as árvores estavam secas, deixando o lugar um pouco deserto e sombrio. A segunda vez, fui na primavera, quando pude admirar o verde das árvores e gramados, além das flores.
Do alto da Torre de Montparnasse é possível ter uma ampla vista do cemitério.

Vista do Cemitério de Montparnasse da Torre de Montparnasse
Uma coisa que me chamou bastante atenção foi a quantidade de bilhetes de metrô deixados em cima dos túmulos. Segundo pesquisa feita depois de atiçada minha curiosidade, essa “tradição” começou com os admiradores de Serge Gainsbourg que faziam essa homenagem em função da música Le poinçonneur des Lilas (O perfurador de bilhetes lilás).
Antes dessas visitas, achava cemitérios muito sombrios e tristes. Continuo achando. Mas é interessante perceber como os rituais de morte e luto são elaborados em outras culturas. Em Paris, visitar cemitérios está entre as maiores atrações, presentes em todos os guias da cidade. Na cidade luz eles são usados como parques, lugares para caminhadas, reflexões e romarias de fãs incondicionais daqueles que repousam por ali.
É interessante saber que num lugar só tenha tanta celebridades. Também num país tão culto e com berço centenário não seria de estragar mesmo!
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