BARCELONA: La Sagrada Família, Le Barri Gòtic e El Born – Terceiro dia de viagem
Nesse dia iríamos conhecer La Sagrada Família, Le Barri Gòtic (Bairro Gótico) e El Born.
Logo no início da jornada, nos direcionamos para a Sagrada Família, a obra inacabada de Antoni Gaudí. Ela ficava localizada a uns 10 minutos andando do hotel, ainda em Eixample. Essa igreja é considerada o monumento mais célebre de Barcelona e mais visitado da Espanha. Percebemos isso na chegada, quando vimos a enorme fila que dobrava o quarteirão para entrar no templo.
Sabíamos que o melhor seria ter comprado o ingresso antes pela internet ou mesmo utilizar o Barcelona Card, que dá direito a entrada sem fila. No entanto, quanto a esta última opção, fizemos os cálculos e vimos que não compensava, pois confere apenas descontos na maioria das atrações. Com relação à primeira opção, foi pura falta de organização nossa. Resultado: acabamos desistindo de entrar na Sagrada Família, por falta de paciência e para não sacrificar os outros passeios do dia. Apreciamos e registramos a fachada da igreja atentamente e nos demos por satisfeitas.
Essa igreja começou a ser construída em 1882 e é um dos maiores exemplares do modernismo catalão. Gaudí imprimiu nessa construção um rico e místico simbolismo. Nela, assim como em outras obras do artista/arquiteto, constam grandes audácias em relação aos modelos arquitetônicos tradicionais. Inicialmente, a igreja seguiria o estilo neogótico, mas quando Gaudí assumiu a obra, um ano depois de inciadas, ele reformulou o projeto, incluindo três fachadas: a Fachada da Natividade (Façana del Naixement, que ele quase conseguiu terminar), a Fachada da Paixão (Façana de la Passió, iniciada em 1952) e a Fachada da Glória (Façana de la Glòria, ainda incompleta atualmente). A Fachada de Natividade e a Cripta foram declaradas Patrimônio Mundial pela Unesco em 2005.
Quando Gaudí começou a trabalhar nessa obra ele tinha apenas 31 anos de idade. Ele teria passado o restante de sua vida trabalhando nesse projeto, sendo que os últimos 15 anos foram a ele dedicados exclusivamente. As obras foram interrompidas em 1936, quando aconteceu a Guerra Civil Espanhola. A finalização dessa empreitada está prevista para o ano de 2026, quando se comemorará o centenário de Gaudí.
Ao lado da Sagrada Família, pegamos um metrô e fomos para a estação Jaume I, no Bairro Gótico, a parte histórica de Barcelona. Esse bairro é impressionante, conserva as ruas e construções do período medieval, nos permitindo uma verdadeira viagem no tempo.
Começamos pela Plaça del Rei, uma amostra da arquitetura da cidade antiga de Barcelona. Ela é circundada pelo Palau Reial Major, datado do século XIII. Nela fica também a Torre Del Rei Martí, do século XVI. Abaixo dessa torre, paira uma fachada gótica do século XIII. A capela gótica Santa Àgata fica à direita do Palácio. À esquerda, fica o Palau Lloctiment, construído no século XVI para servir de residência dos vice-reis.
Em seguida, nos direcionamos para a Catedral de Barcelona, passando por uma estreita rua. Essa catedral foi erigida num local consagrado a cultos cristãos desde o século II. O templo já seguiu vários estilos, prevalecendo o romano do século XI, sendo que a sua atual fachada apresenta estilo gótico, remodelada no século XIX. Atrás dessa máscara pré-modernista, persistiu o estilo gótico catalão, cuja construção data entre 1298 e 1454, quando foi feito o sino. Ela é enorme, imponente e detalhadamente trabalhada tanto no exterior quanto no interior. A entrada na Catedral foi gratuita e não estava cheia.

Catedral de Barcelona
Logo na saída da Catedral encontramos a Plaça Nova, onde estava acontecendo uma feira, o Mercat Gòtic.
É nas redondezas dessa praça que ficam os fragmentos da antiga Muralha Romana, que circundavam os limites da cidade antiga. Ali se encontra uma das entradas do que restou dessa antiga cidade, com início na Carrer del Bispe.

Ruas do Bairro Gótico
Percorremos a Carrer del Bispe, apreciamos os caminhos estreitos e seguimos para a Plaça San Felip Neri, rodeada pelos muros do Palau Episcopal e pela Igreja de San Felip Neri. É uma charmosa e pequena praça que tem uma fonte ao centro que estava repleta de crianças fazendo atividades escolares.
Saindo dali, fomos almoçar no restaurante La Cassola. O menu custava € 11,10. Comemos uma deliciosa paella e um menu com sequência de espaguete ao alho e óleo, frango marinado e sobremesa. A comida era gostosa e caseira, mas o serviço foi sofrido. Uma moça servia todo o restaurante. Evidentemente não dava conta, embora se esforçasse. Para acompanhar, tomamos uma Moritz, deliciosa cerveja catalã.
Após o almoço, continuamos nosso passeio pelo Bairro Gótico. Seguimos para a Plaça Santa Maria del Pi, com sua bela Basílica medieval de mesmo nome, outro exemplar do gótico catalão.
Vizinha a essa praça, está a Plaça San Josep Oriol, umas das mais charmosas e animadas do Bairro Gótico.
No mesmo passo, entramos na rua Petritxol, bem próxima dali.
Nessa rua tomamos um delicioso chocolate com churros, no tradicional Café Petritxol. Imperdível!
Após essa experiência gastronômica dos deuses, seguimos para El Born. No caminho, nos deparamos com a Plaça Sant Jaume, uma das principais de Barcelona e o centro geográfico da cidade. É lá onde está localizado o Palau de la Generalitat, sede do governo catalão e a Casa de la Ciutat, a prefeitura de Barcelona.
El Born é um bairro localizado no coração de Barcelona, ao lado do Bairro Gótico. Na Idade Média ali funcionava um mercado de produtos exóticos, servindo também de palco para carnavais e outras festas. Hoje continua sendo um local de muita agitação, especialmente noturna. Pelo que percebemos, é um dos bairros na moda. Atrai turistas e especulação imobiliária. Nosso ponto de partida para conhecer esse distrito de Barcelona foi o Mercat del Born, primeiro com arquitetura metálica na capital catalã.
Na sequência, seguimos para o prédio que elegemos como o mais bonito nesse setor, o Palau de la Musica Catalana. Extraordinário representante do modernismo catalão, foi construído entre 1905 e 1908. Desde 1997, está inscrito na lista de Patrimônio Mundial mantida pela Unesco. O arquiteto responsável pela obra foi Lluís Domènech i Montaner, embora muitos pensem que seja uma obra de Gaudí. A contrução é uma verdadeira explosão de formas e cores desse movimento arquitetônico.
Andamos um pouco pelas ruas estreitas de El Born e vimos algumas manifestações de moradores contra o aluguel de apartamentos para turistas, como mostra uma das fotos abaixo. Esse movimento tem ganhado força em várias cidades europeias, notadamente em Barcelona, Paris e Londres. A especulação imobiliária reforçada pelo turismo, aliada à crise financeira, tem prejudicado a população local.
No final do passeio, chegamos no El Born CC, um centro de cultura localizado num antigo mercado com estrutura de ferro do séc. XIX. No interior, existem resquícios dos acontecimentos da Guerra da Sucessão Espanhola de 1740.
Terminamos o dia no Parc de la Citadelle, mas não tínhamos mais forças para continuar o passeio. Passeamos pouco por lá, voltamos ao hotel e jantamos nas proximidades.
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